Na Rio+20, Brasil é exemplo para o mundo
A presidente Dilma Rousseff pretende apresentar na conferência dados da
matriz energética brasileira, que colocam o País como um dos mais limpos
do mundo; Brasil é a sexta economia mundial e apenas o 18º na emissão
de gases que provocam o efeito estufa
Sabrina Craide, Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aproveitará a
Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável
(Rio+20) para mostrar ao mundo as vantagens da matriz energética
brasileira, especialmente em relação à baixa emissão de gás carbônico.
Durante a conferência, serão distribuídos mil panfletos aos chefes de
Estado e de Governo e demais participantes do evento mostrando, por
exemplo, que o país emite menos de 1,2% do total mundial de gás
carbônico, que chegou a 30 bilhões de toneladas em 2009.
Segundo a EPE, o Brasil é a sexta economia do mundo e está em 18º lugar no ranking
das nações quanto às emissões de gases de efeito estufa provenientes da
produção e do uso da energia. “O Brasil é um exemplo de país que
conseguiu se desenvolver com baixo conteúdo de carbono. Nossa matriz
energética é um exemplo para o mundo”, ressalta o presidente da EPE,
Maurício Tolmasquim.
Os dados da EPE mostram também que, para cada quilowatt-hora produzido
no país, são emitidos 64 gramas de gás carbônico, enquanto a média
mundial é de 500 gramas. Isso porque 88% da energia gerada no Brasil
provêm de fontes renováveis como a hidreletricidade, a energia eólica e a
biomassa. O percentual mundial está em 19%.
Cada brasileiro emite cerca de 1,8 tonelada de gás carbônico com a
geração de energia elétrica, enquanto a média mundial é superior a 4
toneladas. Nos Estados Unidos, são produzidas 16,9 toneladas de gás
carbônico por habitante na geração de energia. Para a produção de US$ 1
de Produto Interno Bruto (PIB) é emitido 0,16 quilo de gás carbônico no
Brasil, que é a metade da média mundial, de 0,33 quilo. Na Rússia, esse
indicador é 0,73.
Atualmente, graças ao uso do etanol, o país emite um terço a menos de
gás carbônico do que emitiria se usasse apenas combustíveis fósseis nos
veículos individuais. A meta é que, com o aumento do uso de etanol, em
2020 a redução chegue a 54%. A estimativa da EPE é que, em 2020, o
etanol poderá atender a mais da metade da demanda energética da frota de
veículos leves do país.
“Esses dados mostram que o Brasil está em uma situação muito boa em
comparação com o resto do mundo no que diz respeito às emissões [de gás
carbônico], mas o mais interessante é que as projeções para 2020 indicam
que vamos poder crescer mantendo essa tendência de matriz de baixo
carbono”, diz Tolmasquim.