DIA 8 DE MARÇO
Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher".
A comissão das Nações Unidas com foco nas mulheres iniciou nesta segunda-feira (4) sua sessão anual com uma chamada para eliminar a violência contra as mulheres e meninas, um flagelo global que afeta milhões em todo o mundo.
“Acabar com a violência contra as mulheres é uma questão de vida e morte”, disse o Vice-Secretário-Geral, Jan Eliasson, na abertura da sessão de duas semanas da Comissão sobre o Status da Mulher, em Nova York. “O problema permeia todos os países, mesmo nas regiões mais estáveis e desenvolvidas.”
Eliasson ressaltou que são necessárias múltiplas abordagens para resolver esta questão, desde governos implementando políticas para capacitar as vítimas e perseguir penalmente os agressores, até a criação de uma cultura em que os estereótipos de gênero sejam quebrados ao incentivar os homens e meninos a tomar uma parte equitativa das responsabilidades em sua casa e famílias.
“A violência contra a mulher permeia tanto zonas de guerra quanto comunidades estáveis, tanto capitais quanto zonas rurais, tanto espaços públicos como a esfera privada”, disse Eliasson. “Uma vez que é uma característica inaceitável da vida diária, temos de responder em todos os lugares e em todos os níveis.”
De acordo com a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), até 70% das mulheres em alguns países enfrentam violência física e/ou sexual em sua vida.
Em países como Austrália, Canadá, Israel, África do Sul e Estados Unidos, a violência de um parceiro íntimo representa de 40% a 70% das vítimas de assassinato do sexo feminino. Além disso, cerca de 140 milhões de meninas sofrem mutilação genital e outras milhões são submetidas a casamentos forçados e tráfico.
“O mesmo é verdade para a nossa busca da paz. As mulheres são especialmente vulneráveis em conflitos. Elas são muito frequentemente vítimas de atrocidades indescritíveis”, disse Eliasson, notando que a violência sexual em conflitos se tornoue uma arma de terror para os que usam o medo entre as mulheres e as populações civis.
A Diretora Executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, disse à Comissão que “o mundo não pode mais arcar com os custos da violência contra as mulheres e meninas, os custos sociais e econômicos e os custos da profunda dor humana e do sofrimento”.
Bachelet apontou vários incidentes que ocorreram durante o ano passado em todo o mundo contra as mulheres e meninas que provocaram enormes protestos públicos, e ressaltou que é mais urgente do que nunca para os governos agir sobre esta questão.
Bachelet disse que, embora tenha havido progressos nas últimas décadas no estabelecimento de normas e padrões internacionais para proteger as mulheres contra a violência, a questão continua a ser generalizada e a impunidade ainda é a norma, e não a exceção.
“Esta é uma questão de direitos humanos universais e a dignidade humana inerente que diz respeito a todos nós, que nos envolve a todos, exige uma ação concertada e urgente de todos nós.”
A Presidente da Comissão, a Embaixadora da Libéria Marjon V. Kamara, disse que, durante a sua sessão de duas semanas, a Comissão irá examinar formas mais eficazes para a prevenção da violência contra mulheres e meninas e assegurar que sejam tomadas medidas no terreno para criar uma mudança real na vida das mulheres.
“Nos reunimos aqui com um mandato claro: criar um mundo onde a igualdade de gênero nunca está em questão e a discriminação e a violência contra as mulheres e meninas são uma coisa do passado”, disse ela.
Saiba mais detalhes sobre a Comissão sobre o Status da Mulher (CSW, na sigla em inglês) cllicando aqui.
Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,
Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
Pela branda melodia do rumor dos regatos,
Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
deixa passar a Vida!
Natália Correia, Ode à paz in Inéditos (1985/1990)
Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher".
Violência contra a mulher atinge até 70% da população em alguns países, alerta ONU
Nesta segunda-feira (4), comissão da ONU sobre mulheres deu início em Nova York a sessão anual com chamada pelo fim da violência de gênero.A comissão das Nações Unidas com foco nas mulheres iniciou nesta segunda-feira (4) sua sessão anual com uma chamada para eliminar a violência contra as mulheres e meninas, um flagelo global que afeta milhões em todo o mundo.
“Acabar com a violência contra as mulheres é uma questão de vida e morte”, disse o Vice-Secretário-Geral, Jan Eliasson, na abertura da sessão de duas semanas da Comissão sobre o Status da Mulher, em Nova York. “O problema permeia todos os países, mesmo nas regiões mais estáveis e desenvolvidas.”
Eliasson ressaltou que são necessárias múltiplas abordagens para resolver esta questão, desde governos implementando políticas para capacitar as vítimas e perseguir penalmente os agressores, até a criação de uma cultura em que os estereótipos de gênero sejam quebrados ao incentivar os homens e meninos a tomar uma parte equitativa das responsabilidades em sua casa e famílias.
“A violência contra a mulher permeia tanto zonas de guerra quanto comunidades estáveis, tanto capitais quanto zonas rurais, tanto espaços públicos como a esfera privada”, disse Eliasson. “Uma vez que é uma característica inaceitável da vida diária, temos de responder em todos os lugares e em todos os níveis.”
De acordo com a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), até 70% das mulheres em alguns países enfrentam violência física e/ou sexual em sua vida.
Em países como Austrália, Canadá, Israel, África do Sul e Estados Unidos, a violência de um parceiro íntimo representa de 40% a 70% das vítimas de assassinato do sexo feminino. Além disso, cerca de 140 milhões de meninas sofrem mutilação genital e outras milhões são submetidas a casamentos forçados e tráfico.
Fim do problema é estratégico para alcançar Objetivos do Milênio
Eliasson ressaltou que a eliminação da violência contra as mulheres e meninas também é uma questão intrinsecamente ligada ao desenvolvimento e à paz. É fundamental para atingir as metas de combate à pobreza, conhecidos como os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), disse ele, como o acesso a saneamento básico, essencial para garantir que as mulheres tenham lugares seguros para buscar privacidade. “Isso não é possível quando existem atualmente mais de um bilhão de pessoas sem acesso a banheiros.”“O mesmo é verdade para a nossa busca da paz. As mulheres são especialmente vulneráveis em conflitos. Elas são muito frequentemente vítimas de atrocidades indescritíveis”, disse Eliasson, notando que a violência sexual em conflitos se tornoue uma arma de terror para os que usam o medo entre as mulheres e as populações civis.
A Diretora Executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, disse à Comissão que “o mundo não pode mais arcar com os custos da violência contra as mulheres e meninas, os custos sociais e econômicos e os custos da profunda dor humana e do sofrimento”.
Bachelet apontou vários incidentes que ocorreram durante o ano passado em todo o mundo contra as mulheres e meninas que provocaram enormes protestos públicos, e ressaltou que é mais urgente do que nunca para os governos agir sobre esta questão.
Casos marcantes pelo mundo são lembrados
“Ao longo dos últimos meses, as mulheres, os homens e os jovens foram às ruas com cartazes que diziam ‘Onde está a justiça?’ Eles declararam solidariedade com uma menina paquistanesa atingida por defender o direito à educação. Eles exigiram justiça por uma jovem mulher na Índia e outra na África do Sul que foram brutalmente estupradas e mortas. Eles exigiram o fim dos casos intermináveis de estupro e violência que ameaçam a vida de inúmeras mulheres e meninas em todos os países, mas nunca fazem as manchetes.”Bachelet disse que, embora tenha havido progressos nas últimas décadas no estabelecimento de normas e padrões internacionais para proteger as mulheres contra a violência, a questão continua a ser generalizada e a impunidade ainda é a norma, e não a exceção.
“Esta é uma questão de direitos humanos universais e a dignidade humana inerente que diz respeito a todos nós, que nos envolve a todos, exige uma ação concertada e urgente de todos nós.”
A Presidente da Comissão, a Embaixadora da Libéria Marjon V. Kamara, disse que, durante a sua sessão de duas semanas, a Comissão irá examinar formas mais eficazes para a prevenção da violência contra mulheres e meninas e assegurar que sejam tomadas medidas no terreno para criar uma mudança real na vida das mulheres.
“Nos reunimos aqui com um mandato claro: criar um mundo onde a igualdade de gênero nunca está em questão e a discriminação e a violência contra as mulheres e meninas são uma coisa do passado”, disse ela.
Saiba mais detalhes sobre a Comissão sobre o Status da Mulher (CSW, na sigla em inglês) cllicando aqui.
08 Março, 2013
Poema para o Dia Internacional da Mulher
Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,
Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
Pela branda melodia do rumor dos regatos,
Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
deixa passar a Vida!
Natália Correia, Ode à paz in Inéditos (1985/1990)
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