Presidente interino e militares egípcios nomeiam Nobel da Paz como premiê
Reunião de conciliação foi boicotada pela Irmandade Muçulmana; novos protestos devem ocorrer
06 de julho de 2013 | 10h 34
Andrei Netto / ENVIADO ESPECIAL
(Atualizada às 14h36) CAIRO- Três dias depois
do golpe militar que derrubou Mohamed Morsi, o presidente de facto do
Egito, Adli Mansour, se reuniu neste sábado, 6, com a cúpula militar e
líderes de partidos seculares e salafistas e começou a definir um
gabinete de transição e uma Constituição provisória até a convocação de
novas eleições. O diplomata Mohamed ElBaradei, prêmio Nobel da Paz em
2005 e líder da oposição secular, será o novo primeiro-ministro
interino do país, responsável por chefiar o gabinete de
transição informou a agência estatal Mena.
O encontro da manhã de hoje reuniu Mansour, o Ministro da Defesa,
general Abdel-Fatah El-Sisi, o Ministro do Interior Mohammed Ibrahim, o
líder da oposição laica, ElBaradei, e representantes do partido
salafista al-Nour, além de jovens do movimento Tamarrod - Rebelde, em
árabe - , que protagonizaram os protestos contra Morsi.
Além da formação do gabinete, o objetivo da reunião era dar início aos preparativos para a Constituição provisória, que regerá o país até que uma nova Constituinte seja eleita. A Carta de novembro, de inspiração islâmica, foi suspensa. Uma nova eleição só deve ser convocada depois de referendo a ser realizado sobre a nova Carta Magna.
O Partido Justiça e Liberdade, braço político da Irmandade Muçulmana, recusou-se a participar do encontro. Em nota, o partido agradeceu às centenas de milhares de pessoas que protestaram pela volta de Morsi ao poder na sexta-feira, quando confrontos entre partidários do presidente deposto, seus detratores e a polícia terem deixado ao menos 36 mortos e 1076 pessoas feridas no país.
Ao menos três membros da Irmandade Muçulmana, que apoia Morsi, foram presos acusados de incitarem os confrontos de quarta-feira, na Universidade do Cairo, quando outras 16 pessoas morreram. Na Península do Sinai, um padre cristão copta foi morto em um ataque sectário perpetrado por militantes islâmicos.
Nas ruas do Cairo, na manhã e na tarde de sábado foi de calmaria, depois de uma noite de grande tensão e destruição. Os destroços da batalha campal de sexta-feira ainda eram visíveis em várias regiões do centro da cidade. Temendo novos confrontos, o Tamarrod convocou os egípcios a se desmobilizarem e a não ocuparem a Praça Tahrir.
Ainda assim, no fim da manhã uma multidão de partidários do golpe militar de quarta-feira já se reunia na Praça Tahrir. Os defensores de Morsi eram esperados na Universidade do Cairo e em Nasr City, no norte da capital.
TV Estadão: Jornalistas do Estado debatem crise no Egito:
Veja também:
Cenário: Um mundo de desafios para o próximo governo
Fotos: Veja imagens dos protestos
Lourival Sant'Anna: egípcios querem país livre de militares e do clero
Gilles Lapouge: A perplexidade diante de um golpe conveniente
Cenário: Um mundo de desafios para o próximo governo
Fotos: Veja imagens dos protestos
Lourival Sant'Anna: egípcios querem país livre de militares e do clero
Gilles Lapouge: A perplexidade diante de um golpe conveniente
EFE
Exército bloqueia prédio onde Morsi está preso
Além da formação do gabinete, o objetivo da reunião era dar início aos preparativos para a Constituição provisória, que regerá o país até que uma nova Constituinte seja eleita. A Carta de novembro, de inspiração islâmica, foi suspensa. Uma nova eleição só deve ser convocada depois de referendo a ser realizado sobre a nova Carta Magna.
O Partido Justiça e Liberdade, braço político da Irmandade Muçulmana, recusou-se a participar do encontro. Em nota, o partido agradeceu às centenas de milhares de pessoas que protestaram pela volta de Morsi ao poder na sexta-feira, quando confrontos entre partidários do presidente deposto, seus detratores e a polícia terem deixado ao menos 36 mortos e 1076 pessoas feridas no país.
Ao menos três membros da Irmandade Muçulmana, que apoia Morsi, foram presos acusados de incitarem os confrontos de quarta-feira, na Universidade do Cairo, quando outras 16 pessoas morreram. Na Península do Sinai, um padre cristão copta foi morto em um ataque sectário perpetrado por militantes islâmicos.
Nas ruas do Cairo, na manhã e na tarde de sábado foi de calmaria, depois de uma noite de grande tensão e destruição. Os destroços da batalha campal de sexta-feira ainda eram visíveis em várias regiões do centro da cidade. Temendo novos confrontos, o Tamarrod convocou os egípcios a se desmobilizarem e a não ocuparem a Praça Tahrir.
Ainda assim, no fim da manhã uma multidão de partidários do golpe militar de quarta-feira já se reunia na Praça Tahrir. Os defensores de Morsi eram esperados na Universidade do Cairo e em Nasr City, no norte da capital.
TV Estadão: Jornalistas do Estado debatem crise no Egito:
Nenhum comentário:
Postar um comentário