quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012


31/01/2012 - 15h28 | Thassio Borges | Redação

Direitos humanos não devem ser usados como arma política, diz Dilma em Cuba

Para a presidente, a questão deve ser tratada de uma forma mais abrangente

Em visita diplomática a Cuba, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (31/01) que os direitos humanos não devem ser usados como arma política. Para a chefe de Estado brasileira, a questão deve ser tratada de uma forma mais abrangente. A declaração de Dilma acontece no momento em que grupos anticastristas pressionaram a presidente brasileira a se manifestar sobre o tema.
Durante discurso em frente ao Memorial José Martí, em Havana, Dilma mencionou a prisão de segurança máxima de Guantánamo, em Cuba e controlada pelos Estados Unidos, para exemplificar a maneira como a discussão sobre os direitos humanos não é linear.
Roberto Stuckert Filho/PR - Divulgação

Presidente brasileira participou de cerimônia no tradicional Memorial José Martí
Para a presidente, a existência da prisão, localizada em uma base naval norte-americana, precisa ser revista. “Nós começaremos a falar de direitos humanos no Brasil, nos EUA, a respeito de uma base aqui chamada de Guantánamo. [É preciso falar de] direitos humanos em todos os lugares”, afirmou.
Os EUA são criticados por manterem na prisão dezenas de suspeitos de terrorismo há mais de 10 anos, sem julgamento. Denúncias de organizações que lutam por direitos humanos criticam o tratamento dado aos presos.
“Prefiro falar de outra coisa. Prefiro falar de algo muito importante que é o fato de que o mundo precisa se comprometer, em geral. Não é possível fazer da política de direitos humanos só uma arma de combate político ideológico”, declarou a presidente, que voltou a falar sobre o aspecto brasileiro do tema.
Roberto Stuckert Filho/PR - Divulgação

Dilma se encontrou com o presidente cubano, Raúl Castro, para discutir acordos
“O mundo precisa se convencer de que [os direitos humanos] é algo que todos os países do mundo têm de se responsabilizar, inclusive o nosso. Quem atira a primeira pedra tem telhado de vidro. Nós, no Brasil, temos o nosso. Então eu concordo em falar de direitos humanos dentro de uma perspectiva multilateral. Acho que esse é o compromisso de todos os povos civilizados”, completou.
Dilma Rousseff chegou na noite desta segunda-feira (30/01) à Havana onde assinará vários acordos bilaterais para a ampliação das parcerias entre os dois países. Os contratos devem abranger as áreas da saúde, agricultura, ciências e setor aéreo.

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