quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Palestina integração na Onu.



Palestinos saem às ruas para comemorar novo status antes de votação na ONU

País deve ser incorporado nesta quinta-feira às Nações Unidas como Estado observador
Embora o ingresso da Palestina como país observador das Nações Unidas ainda não tenha sido votado pela Assembleia Geral nesta quinta-feira (29/11), a população dos territórios da Cisjordânia e de Gaza já organizam comemorações e festejam a possibilidade de aprovação.
Autoridades políticas locais dão como certa a aprovação do status de país observador, que é o mesmo que o Vaticano possui. Por essa razão, não houve grande hesitação em convocar a população de cidades como Ramala, Belém, Hebrón ou mesmo Jericó para comparecer às ruas e celebrar a data.
A previsão é de que a ampla maioria do plenário da ONU concorde com a integração da Palestina a seu quadro de países. Em organismos internacionais como a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) ela já é reconhecida como um Estado-membro.
“Todos os palestinos, do Fatah ou do Hamas, estamos orgulhosos deste passo”, disse em entrevista ao jornal espanhol El País Sagi Halil, um professor de 67 anos que está certo da aprovação do novo status e que saiu às ruas para festejar. “Isso vai unir os palestinos contra os colonos e contra a direita em Israel. Se vierem se vingar de nossa iniciativa, encontrarão uma população unida, seja em Gaza ou na Cisjordânia”, conclui.
Mais cedo, em Ramala, uma comitiva de autoridades políticas locais comandava um comício e defendia a premência de um sentimento de união dentro da vida política palestina. Embora estivessem presentes símbolos de partidos e organizações políticas na Praça Yasser Arafat, era a bandeira nacional palestina que tomava a cena.
Em Gaza
Dezenas de milhares de palestinos tomaram as ruas de Gaza para mostrar seu apoio à mudança de status da Palestina na ONU. A maioria dos que saíram às ruas era seguidor do Fatah, o partido de Mahmoud Abbas. Eles levavam bandeiras amarelas e fotos do presidente no maior desdobramento público desta facção desde que o movimento islamita Hamas tomou o poder na Faixa em 2007.
Muitos viajaram a Gaza em ônibus de distintos povoados da Faixa e se reuniram ao longo do dia na Praça do Soldado Desconhecido, no centro da cidade. "Estamos aqui não só para celebrar a vitória diplomática na ONU, mas também para celebrar a unidade de todas as facções palestinas liberais e islâmicas", disse à Agência Efe Faisal Abu Shahla, um dos líderes do Fatah em Gaza.
Segundo ele, as marchas "celebram a vitória do estabelecimento do Estado palestino independente liderado por Mahmoud Abbas. O reconhecimento da ONU, embora não seja como membro pleno, significa que pode comparecer aos tribunais internacionais e obrigar Israel a pôr fim à ocupação".
Efe
Seguidores do Hamas, embora não seus dirigentes, e membros de outras facções também se agruparam em ruas e parques da capital, carregando bandeiras palestinas e de seus partidos, que também adornavam carros e casas.
Embora o ambiente geral fosse festivo, os manifestantes estavam conscientes que a conquista na ONU é apenas um passo em um longo caminho rumo ao estabelecimento de um Estado independente.
Para muitos em Gaza, este processo e a recente trégua atingida com Israel são considerados uma vitória pelo Hamas e representam uma importante oportunidade para abrir a porta à reconciliação política entre o Fatah e o movimento islâmico.
O dia escolhido por Abbas para apresentar seu pedido na ONU coincide com a celebração do Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino e, também, com o 65º aniversário da aprovação da partilha da Palestina do Mandato Britânico no organismo multinacional.
Nas principais cidades da Cisjordânia também houve hoje atividades festivas, passeatas e música, e esta noite, após o voto na Assembleia Geral, os sinos das igrejas tocarão para comemorar a simbólica entrada da Palestina na comunidade de nações.

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