quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Espanha

Théa Rodrigues (texto e fotos)
de Barcelona, Espanha
Assembleias educativas de universidade públicas e centros de estudo em toda Espanha convocaram para esta quinta-feira (17) uma greve educacional sob o lema “a educação não se vende, se defende”. Estudantes e profissionais do setor protestaram contra os recortes no ensino universitário. Uma das principais críticas do Manifesto 17-N, divulgado pelos manifestantes, é com relação à normativa Estratégia Universidade 2015 (EU2015), elaborada em 2008, que tem como objetivo “modernizar a instituição de ensino superior espanhola, aumentar a qualidade do sistema universitário espanhol e conduzir à excelência através da especialização, da diferenciação, do estabelecimento de alianças, agregações e internacionalização”. Para os manifestantes, o projeto EU 2015 nada mais é que um processo de elitização e emagrecimento da universidade. “Trata-se (de uma medida) para subornar o sistema educativo aos interesses econômicos e privados, mais uma imposição da ditadura dos mercados”, diz texto da convocatória.

Em Barcelona, milhares de pessoas saíram às ruas sob gritos de “privatização não”. Aulas foram suspensas nas universidades Pompeu Fabra (UPF), Autônoma de Barcelona (UAB), Politécnica (UPC) e Universidade de Barcelona (UB). Também houve paralisações nas cidades de Madri, Lleida e Tarragona.

A estudante Laura Pascual comentam a sua preocupação: “uma das propostas do governo que deve ganhar as próximas eleições (Partido Popular ‘PP’) é que a educação seja privatizada, então teríamos que pagar. Estamos apoiando o protesto, porque nem todas as pessoas podem pagar os estudos, devido ao alto índice de desemprego gerado pela crise na Espanha”. De acordo com o professor de história Xavier Domènech da UAB, “os estudantes hoje tem uma perspectiva de uma educação com cada vez menos valor, um mercado de trabalho que não tem vagas – são 5 milhões de desempregados em todo o país – e uma educação que não está a seu serviço, mas a serviço de outro interesses”.

Segundo o secretario de Universidades e Investigação da Generalidade, Antoni Castellà, a greve das universidades tem uma “visão conservadora”. Em declaração ele ressaltou ainda a “casualidade” da data tão próxima das eleições presidenciais do domingo (20).

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